CORONAVÍRUS: O QUE DEVES SABER ANTES DE VIAJAR

A globalização ganhou forma desde o séc. XV com os Descobrimentos e tem aumentando exponencialmente até aos dias de hoje, em rapidez de circulação e meios de transporte, pelo que atualmente é possível visitar qualquer lugar no mundo em menos de 24h. O fascínio dos viajantes é difícil de conter, e com ele a emergência e reincidência de doenças tropicais e infecto-contagiosas que é o assunto que vamos abordar neste artigo.
De momento, vivemos um surto de um vírus respiratório com repercussão a nível mundial a que já ninguém consegue ser indiferente pela difusão mediática, o que tem levado muitos dos nossos viajantes a interrogarem-se sobre se devem ou não cancelar as suas férias. Falamos naturalmente do Coronavírus ou COVID-19, identificado, pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade de Wuhan, na China.
Países a evitar
Recomendamos antes de mais calma e tranquilidade. Actualmente, as únicas áreas de risco para viajar são aquelas onde se originou e espalhou o vírus, sendo que a China estabeleceu medidas de quarentena na área afetada para controlar a epidemia, e também fechou algumas atrações turísticas noutras regiões.
Organização Mundial de Saúde e a Center for Disease Control and Prevention recomendam que se evite todas as viagens não essenciais à China, Coreia do Sul, Itália e Irão, devido ao elevado número de infectados. Relativamente a viagens para o Japão as precauções devem ser cuidadosamente cumpridas, sendo que para Hong Kong devem ser tidas em contas as precauções básicas quanto ao surto de COVID-19. Porém, a própria OMS opõe-se às restrições de viagens por culpa do coronavírus por isso nada de entrar em pânico.
Note-se, contudo, que estas recomendações podem ser alteradas a qualquer momento, pelo que antes de viajar é aconselhável visitar os sites das organizações acima mencionadas. Ainda assim,
Medidas de higiene recomendadas
Acredita-se, com os dados que existem hoje, que a propagação do COVID-19 ocorra de pessoa para pessoa, sendo a via de transmissão feita por gotículas respiratórias produzidas pela pessoa infectada quando tosse ou espirra.
Os sintomas podem incluir: febre, tosse, falta de ar e sem o devido acompanhamento médico podem conduzir a doença respiratória potencialmente grave, como a pneumonia. Por isso, procurar informação credível e credenciada faz toda a diferença para os cuidados adequados tanto em viagem como no quotidiano.
Internacionalmente crê-se que os sintomas do COVID-19 podem surgir entre 2 a 14 dias após a exposição ao vírus. A estação do ano vigente corresponde à temporada de gripes e infeções respiratórias, e assim, as recomendações quanto à vacinação contra a gripe e a apreensão de ações preventivas diárias podem ajudar a interromper a propagação de germes.
Nas áreas afetadas, a Organização Mundial da Saúde recomenda medidas de higiene, etiqueta respiratória e práticas de segurança alimentar para reduzir a exposição e transmissão da doença:
  • Evitar o contato próximo com doentes com infeções respiratórias;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes, o uso regular de desinfectante de base alcoólica das mãos ou até álcool a 70% (disponível em farmácias e supermercados) no caso de não haver acesso rápido a agua corrente;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o toque nos olhos, nariz e boca sem uma lavagem das mãos;
  • Lavar as mãos antes e depois da preparação de comida, assim como antes da refeição;
  • Evitar contato desprotegido com animais selvagens ou de quinta;
  • Lavar as mãos depois de tratar de animais e mexer em dejetos dos mesmos;
  • Relativamente ao uso de máscara para protecção pessoal, na situação actual de Portugal não é necessário assim como internacionalmente também não no caso de não apresentares sintomas, mas pode ser considerado se apresentares sintomas de infecção respiratória, houver suspeita de COVID-19. A máscara deve estar devidamente colocada para tapar nariz e boca e deve evitar-se o seu manuseamento depois de colocada;
  • Ao retirar a máscara descartável deves deitar a mesma no lixo e lavar as mãos assim que possível.
Política de cancelamento e adiamento de viagens
A opção de fazer um seguro de viagem para visitar qualquer ponto do mundo é sempre aconselhada, e ainda mais nestes casos excepcionais. Se ainda não sabes qual é o melhor seguro para viajar para a China ou qualquer outro país no mundo temos a resposta. Para uma cobertura completa, recomendamos que escolhas o seguro IATI Mochileiro com a opção IATI Cancelamento. Mas antes de fazeres qualquer um destes seguros, é muito importante que tenhas em conta a seguinte informação:
  • O seguro não cobre custos de cancelamento se tiveres decidido visitar a China depois do alerta de epidemia de coronavírus ter sido declarado. Neste caso, é uma preexistência;
  • O seguro não cobre taxas de cancelamento se a tua viagem à China estiver agendada antes da emissão do alerta de surto, mas começará a médio ou longo prazo. Neste caso, entende-se que o alerta será retirado antes de iniciares a tua viagem;
  • O seguro cobre os custos de cancelamento se a tua viagem estiver programada para qualquer outro país, onde não há alerta de epidemia, mas, no momento da viagem, é declarada e impede que faças a viagem.
  • Se tiveres feito um seguro com a IATI e estiveres imobilizado na China, a cobertura de assistência médica será estendida até à data de regresso.
O seguro IATI Mochileiro com a extensão IATI Cancelamento deve ser contratado no mesmo dia da primeira reserva relativa à viagem – seja reserva de voos ou de alojamento – ou no máximo 7 dias depois. Após estes 7 dias, se desejares contratar um seguro de cancelamento, podes contratar em qualquer momento o IATI Cancelamento, mas há uma carência de 7 dias desde a data de contratação. Isso quer dizer que para cancelares a viagem o motivo do cancelamento deve acontecer passados estes 7 dias, ou seja, o motivo pelo qual a viagem deve ser cancelada deve acontecer passado o período de carência.
Paralelamente à questão do seguro de viagem, a Landescape recomenda a compra de bilhetes de avião com a opção de flexibilidade de datas. Tem normalmente um valor adicional mas se for necessário adiar a realização do voo não existem custos associados com a remarcação. E idealmente, durante este período, é recomendável a compra dos voos diretamente às companhias aéreas e não através de agregadores ou sites com desconto.
Por fim, alertar que nenhuma viagem pode ser cancelada com direito a reembolso junto da Landescape com base exclusivamente no receio de contágio, sobretudo se o país de destino não pertencer à lista acima mencionada pela Organização Mundial de Saúde. Contudo, se a alteração ou cancelamento for devida a força maior (ou seja, circunstâncias como instabilidade política, guerra ou ameaça de guerra, tumultos, conflitos civis, encerramento de aeroportos ou portos, atividades de cariz terrorista, desastres de qualquer tipo, incêndio, epidemia ou de risco de saúde, condições climatéricas anormais ou outros eventos semelhantes fora do controlo da Landescape e desde que esta situação ocorra por directiva nacional ou internacional através de entidades estatais ou governamentais, efectuaremos o reembolso de quaisquer quantias pagas à Landescape, excepto despesas incorridas por nós em relação à tua reserva. Para saberes mais consulta os nossos Termos e Condições de viagem.
Procurar informação credível e credenciada
Tem atenção aos sítios onde procuras informação. Idealmente, sugerimos a visita aos sites da Direção Geral de Saúde, da Organização Mundial de Saúde, do Center for Disease Control and Prevention que apresentam informação atualizada e fidedigna relativa ao COVID-19. O alarmismo e a veiculação de informações falsas não ajudam no controlo da situação, por isso o melhor é estares bem informado e saberes como prevenir a doença.
Para viajantes regressados das áreas afetadas que apresentarem sintomas sugestivos de doença respiratória, durante ou após a viagem, antes de se deslocarem a um qualquer serviço de saúde, devem ligar 808 24 24 24 (SNS24), informando os enfermeiros sobre a sua condição de saúde e história de viagem, seguindo as orientações dos profissionais de saúde habilitados a lidar com esta situação de surto respiratório.
Alguma questão adicional estamos ao inteiro dispor através dos nossos canais habituais de comunicação. Viaja em segurança com a Landescape e lembra-te que a solução não passa por ficares em casa, mas sim por estares bem informado.

Covid 19

O novo coronavírus, identificado a dezembro de 2019, na província de Wuhan, na China, já chegou a mais de uma centena de países, que têm tomado medidas sem precedentes para conter a disseminação do vírus. Mas o que ainda há para saber acerca da Covid-19? Como se transmite e quais são os sintomas? Pode ser comparado a uma gripe?

NUNCA TINHA OUVIDO FALAR DE CORONAVÍRUS?

Pode parecer um assunto novo, mas, na realidade, já é conhecido desde a década de 60. É importante entender que o coronavírus não é apenas um vírus, mas uma grande família de vírus. Foram identificados nos anos 60 em animais, mas só a partir de 2002 é que começaram a infetar humanos - SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e MERS (Síndrome respiratória do Médio Oriente).
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, o SARS-CoV, que teve origem na China, infetou 8.096 pessoas, causando infeções pulmonares graves e provocando 774 mortes (taxa de mortalidade de 10%), entre 2002 e 2003. Já o MERS-Cov foi identificado em 2012, na Arábia Saudita, e teve uma taxa de mortalidade estimada de 35%. Eis que, em dezembro de 2019, um novo coronavírus foi identificado em três pacientes com pneumonia na China: o Covid-19, segundo a designação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

NOÇÕES GERAIS

A Covid-19 é um vírus que nunca tinha sido identificado em seres humanos. Pode confundir-se com uma gripe sazonal, dado a semelhança dos sintomas (febre, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e cansaço), mas os vírus são diferentes.
Ao contrário da gripe, não existe uma vacina nem um tratamento específico para o novo coronavírus e, como se trata de um novo vírus, ninguém tem imunidade prévia, o que, em teoria, significa que toda a população humana é suscetível à infeção por Covid-19.
Contudo, na prática, as pessoas com maior risco de desenvolver sintomas graves são aquelas que sofrem de doenças associadas (por exemplo, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias), a população idosa e os profissionais de saúde. Já as crianças, quando infetadas, têm apresentado sintomas leves.
Este novo vírus transmite-se através de contacto próximo com pessoas infetadas, geralmente, por via respiratória. Se tocar numa superfície ou objeto contaminado, pode também ficar infetado.
Em caso de apresentar os sinais e sintomas associados a este vírus e se nos 14 dias passados esteve numa região afetada ou em contacto com uma pessoa infetada, deve entrar em contacto com a linha de saúde SNS 24 (808 24 24 24) para ser reencaminhado para uma unidade de saúde e realizar um teste de despiste.

CENÁRIO APOCALÍPTICO?

Escolas e universidades fechadas, eventos e espetáculos cancelados ou adiados e milhões de pessoas em quarentena fizeram com que as ruas das principais cidades europeias, outrora cheias de turistas, ficassem desertas. Milhares de empresas não têm matéria-prima nem mão de obra, centenas de voos foram cancelados, as reservas dos hotéis anuladas e os estádios de futebol perderam os adeptos.
O peso na economia começou a sentir-se, com as principais bolsas mundiais em queda. Investigadores e cientistas de todo o mundo têm estudado a Covid-19, depois da rápida sequenciação genética do vírus, para tentarem colocar uma vacina em circulação nos próximos meses.
Ao mesmo tempo, os hospitais portugueses preparam-se para empenhar todos os esforços no isolamento e tratamento de pessoas infetadas, fechando a porta às visitas – o que aconteceu também nos lares e prisões.
A Direção-Geral de Saúde lançou um plano de contingência, o Governo anunciou medidas de apoio a empresas e trabalhadores, as autoridades pediram tranquilidade à população, mas os cenários que chegam lá de fora não são auspiciosos.