Na sequência de uma disputa de patentes, a Microsoft tinha sido impedida por um tribunal americano de vender o processador de texto Word. A restrição começava em meados de Outubro. Mas a multinacional conseguiu garantir o direito de continuar as vendas.
O caso arrancou com a queixa de uma pequena empresa californiana, chamada i4i, segundo a qual a Microsoft está a infringir uma patente que aquela empresa tinha registado.
O tribunal americano decidiu que a Microsoft devia pagar 290 milhões de dólares (pouco mais de 200 milhões de euros) à i4i e que não poderia vender o Microsoft Word nos EUA. Como o Word é vendido em conjunto com os outros programas que constituem o Office (como é o caso do Excel e do PowerPoint), a Microsoft teria de suspender em território americano a venda do produto que é a maior fonte de receitas da empresa.
A patente em causa está relacionada com uma tecnologia para o uso da linguagem XML. Esta linguagem foi inventada na década passada e pode ser usada por qualquer pessoa.
XML significa Extensible Markup Language e é uma linguagem de codificação de documentos, que facilita a compatibilidade com várias aplicações. Uma das vantagens do XML é permitir que o conteúdo dos documentos seja legível por humanos (e não apenas por computadores) quando aberto num editor de texto simples, como o Notepad, do Windows.
O XML permite assim que os conteúdos guardados num documento não estejam dependentes de um programa específico para serem lidos. É usado em várias aplicações de estilo office e em muitos sites.
A próxima versão do Microsoft Office, que chega ao mercado no próximo ano, continua a usar XML, mas já não inclui a tecnologia que a i4i diz ter patenteado.
A Microsoft conseguiu também acelerar o processo de recurso e será ouvida pelo tribunal já no dia 23. A empresa tem como opções vencer a batalha legal, chegar um acordo extra-judicial com a i4i ou mesmo comprar a empresa californiana (o que não seria significativo no orçamento da multinacional) – qualquer que seja o desfecho, é praticamente certo que o Word continuará a ser vendido.
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